quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Convite

Post by Rafael Borges

Pessoal, gostaria da convidá-los a conhecer o blog "Cinema Eh Arte" que eu estou montando, disponibilizo filmes e documentários para download gratuitamente. O acervo ainda é pequeno, mas é de qualidade.

http://www.cinemaeharte.blogspot.com

Um forte abraço.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Augusto Chagas: Mídia na contramão

post by Rafael Borges

Em artigo publicado nesta sexta-feira (24/07/09) no site da revista Carta
Capital, o presidente recém-eleito da UNE denuncia o " tom maldoso e
até inescrupuloso" da grande mídia na cobertura do 51º Congresso da
entidade. E desafia os jornalões: "Declarem que de hoje em diante não
aceitam um centavo em dinheiro público e faremos o mesmo! De nossa
parte temos a certeza que seguiremos nossa trajetória!" Veja a
íntregra.
O Congresso da UNE: cobertura inescrupulosa O tratamento dispensado
por parte da chamada grande mídia às organizações do movimento social
no Brasil sempre foi o da desqualificação, criminalização e combate
aberto. Com a UNE a situação não é diferente, mas houve, no último
período, uma elevação no tom maldoso e até inescrupuloso com o qual
esses veículos têm tratado a entidade que representa os estudantes
universitários brasileiros.
A UNE acaba de sair do seu 51º Congresso, um dos mais importantes e o
mais representativo da sua história. Mais de 2.300 instituições de
ensino superior elegeram representantes a este fórum, contabilizando
as impressionantes marcas de 92% das instituições envolvidas, mais de
2 milhões de votos nas eleições de base e de 4 milhões e meio de
universitários representados.
Nosso Congresso mobilizou estudantes de todo o país, que por cinco
dias debateram o futuro do Brasil – a Popularização da Universidade,
Reforma Política, Democratização da Mídia, Defesa do Pré-Sal, etc. Se
a imprensa brasileira trabalhasse a favor da democracia, esses
assuntos seriam manchete em todos os jornais, rádios e canais de
televisão e a disposição da juventude em lutar por um país melhor
seria divulgada.
No entanto, estes veículos nos dedicaram tratamento bem diferente
nestas duas últimas semanas. Cumprindo com fidelidade o ensimanento de
Goebbels – uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade – a mídia
escandalosamente busca subterfúgios para atacar a UNE, taxando-a de
governista, vendida, aparelhada e desvirtuada de seus objetivos. Com
isso, tenta impor a todos os seus pontos de vista, sem qualquer
mediação ou abertura para apresentar o outro lado da notícia.
Uma destas grosserias tem a ver com o recebimento de patrocínios de
empresas públicas por parte da entidade. A UNE nunca recebeu recurso
público para aplicá-lo no que bem entendesse. Recebe sim, e isto não
se configura em nenhuma irregularidade, apoio para a construção de
nossos encontros. Tampouco, estas parcerias comprometeram as posições
políticas da entidade. Não nos impediu, por exemplo, de desenvolver
uma ampla campanha – com cartazes, debates, passeatas e
pronunciamentos – exigindo a demissão de Henrique Meirelles da
presidência do Banco Central, que foi indicado por este mesmo governo.
Não nos furtamos de apresentar nossas críticas ao MEC por sua
conivência ao setor privado da educação, como no caso do boicote que
convocamos ao ENADE por dois anos consecutivos.
Mas, onde estavam os jornais, as TVs, rádios e revistas para noticiar
essas manifestações? Reunimos, em julho de 2007, mais de 20 mil
pessoas na Esplanada dos Ministérios para pedir mudanças na política
econômica do governo Lula e nenhuma nota foi publicada ou divulgada
sobre isso.
Os mesmos jornais que se horrorizam com o fato de termos recebido
recursos para reunir 10 mil estudantes de todo o Brasil não parecem
incomodados em receberem, eles próprios, um montante considerável de
verbas publicitárias do governo federal. Em 2008, as verbas públicas
destinadas para as emissoras de televisão foram de R$ 641 milhões, já
os jornais receberam quase R$ 135 milhões.
Ora, por qual razão os patrocínios recebidos pela UNE corrompem nossas
ideias enquanto todo este recurso em nada arranha a independência
destes veículos? A UNE desafia cada um deles: declarem que de hoje em
diante não aceitam um centavo em dinheiro público e faremos o mesmo!
De nossa parte temos a certeza que seguiremos nossa trajetória!
Com certeza não teremos resposta. Pois não é esta a questão principal.
O que os incomoda e o que eles querem ocultar é a discussão sobre o
futuro do Brasil e a opinião dos estudantes.
Não querem lembrar que durante a década de 90 os estudantes
brasileiros – em jornadas ao lado das Centrais Sindicais, do MST e de
outros movimentos sociais - saíram às ruas para denunciar as
privatizações, o ataque ao direito dos trabalhadores e a ausência de
políticas sociais. Que foram essas manifestações que impediram o
governo Fernando Henrique Cardoso de privatizar as universidades
públicas através da cobrança de mensalidades.
Não reconhecem que após a eleição do presidente Lula, a UNE manteve e
ampliou suas reivindicações. Resultado delas, conquistamos a
duplicação das vagas nas universidades públicas, o PROUNI e a inédita
rubrica nacional para assistência estudantil, iniciando o
enfrentamento ao modelo elitista de universidade predominante no
Brasil. Insinuam que a UNE abriu mão de suas bandeiras históricas, mas
esquecem que não há bandeira mais importante para a tradição da UNE do
que a defesa de uma universidade que esteja a serviço do Brasil e da
maioria do nosso povo!
Não se conformam com a democracia, com o fato de termos um governo
oriundo dos movimentos sociais e que, por esta trajetória, está aberto
a ouvir as reivindicações da sociedade.
A UNE não mudou de postura, o que mudou foi o governo e o Brasil e é
isso que os conservadores e a mídia que está a serviço desses setores
não admitem. Insistem em dizer que a UNE nasceu para ser ‘do contra’.
Rude mentira que em nada nos desviará de nossa missão!
Saibam que estamos preparados para mais editoriais, artigos,
comentários e tendenciosas ‘notícias’. Contra suas pretenções de uma
sociedade apática, acrítica e sem poder de contestar os rumos que
querem impor ao nosso país, eles enfrentarão a iniciativa criativa e
mobilizadora dos estudantes na defesa de um novo Brasil. Há de chegar
o dia em que teremos uma comunicação mais justa e equilibrada. A UNE e
sua nova diretoria estão aqui, firmes e à disposição do verdadeiro
debate de rumos para o Brasil!


* Artigo originalmente publicado no site da revista Carta Capital
(http://www.cartacapital.com.br)